No passado, quando as pessoas viviam em sintonia com a natureza, o
passar das estações e os ciclos lunares tinham um profundo impacto em
suas vidas e eram celebrados como forma de conexão com a divindade.
Por ser a Lua vista como um símbolo da Deusa, as cerimônias de adoração e magia aconteciam sob sua luz.
Dessa forma todos os meses aconteciam uma celebração à Lua Cheia
(esbath), assim também a chegada do Inverno, as primeiras atividades da
Primavera, o início do Verão e a entrada do Outono eram marcadas por
rituais.
Os magos naturais, herdeiros das religiões pré-cristãs da Europa, celebram a Lua cheia e observam as mudanças das estações.
O calendário religioso do mago natural possui treze celebrações de Lua Cheia e oito Sabbats, ou dias de poder.
Quatro desses dias (ou melhor, noites) são determinados pelos solstícios e equinócios, o início astronômico das estações.
Os outros quatro rituais baseiam-se em antigos festivais folclóricos.
Os rituais estruturam e ordenam o ano mágico, além de lembrar do infinito ciclo que perdurará muito depois de partirmos.
No próximo dia 21 de junho comemoramos Yule, o Solstício de Inverno.
Neste dia o Sol encontra-se em Nadir, por isso é a noite mais longa do ano sendo uma época de grande escuridão.
Os povos antigos notavam esses fenômenos e suplicavam às forças da natureza que aumentassem os dias e diminuíssem as noites.
Uma vez que o Deus é também representado pelo Sol, este Sabbat
representa o retorno da Luz, porque assinala o dia no qual a força do
Sol também renasce.
Pela representação do Nascimento do Deus (o Deus Sol, a criança de Luz, a promessa da vida).
A Deusa está feliz, pois a vida se manifestará a cada dia com mais
força através da Luz de seu filho, e a partir de agora, os dias ficarão
consecutivamente mais longos, ao passo que o Deus Sol vai crescendo.
É tempo de vivenciar a renovação, a Sabedoria.
Nesse período parece que as coisas ficam adormecidas, contudo as renovações estão acontecendo.
No recolhimento da escuridão da alma, ou seja, o hibernar para renovar-se.
É um tempo de quietude e sonhos, época ideal, para despertarmos nossa
criança interior, renovando nossas esperanças e iniciando novos
caminhos.
Tempo de avaliar o propósito na vida e de se preparar para o renascimento (na Primavera).
É a época em que poderemos atingir uma compreensão de nossas próprias
vidas, de avaliar o que foi alcançado ou não, e o que poderemos fazer na
primavera para alcançar (voltar a semear).
Onde temos a oportunidade de nos libertar de velhos padrões de comportamento e se iniciar pequenas mudanças...
O Inverno descansa, renova e purifica a terra.
Da mesma forma, devemos nos aquietar, limpar os traços negativos,
renovar nossos pensamentos, e nos purificarmos para receber inspirações
sobre o futuro, nos preparando para um novo renascer de um novo ciclo.
E tempo também de abrirmos o coração para deixar que a Luz entre a cada
dia, assim como as esperanças, pois ele (o Sol) traz calor e
fertilidade à Terra.
Esse período que se inicia ensina que a
escuridão sempre chega ao fim, e sempre há lugar para o novo sonho, uma
nova Luz, uma nova vida.
Celebrar o Solstício de Inverno é
reafirmar a continuação dos ciclos da vida, pois Yule é o tempo de
celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os
obstáculos e dificuldades que atravessamos até a chegada da Primavera.
É momento de contar histórias, cantar e dançar com a família, celebrando a vida e a união.
E de se acender o fogo - fogueira, lareira, velas - como elemento
mágico capaz de saudar, e ajudar, o Sol a retornar para nossas vidas,
corações e mentes.
Nesta noite, homenageie o Deus e a Deusa,
acendendo velas (prateada para a Deusa e Dourada para o Deus),
agradecendo a dádiva do eterno renovar da vida...
Para quem
está em sintonia com a natureza e as forças divinas que existem dentro
de nós, que esta seja uma linda noite de Yule e que o retorno da Luz
ilumine nossos corações e as nossas vidas!
com carinho,
Mirhyam
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