É um Orixá sombrio, tido como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.
Seja Omulu seja Obaluaiê, ambos nomes surgem quando nos referimos à esta figura,
Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade.
Seu símbolo é o Xaxará - um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios.
Em termos mais estritos, Obaluaiê é a forma jovem do Orixá , enquanto Omulu é sua forma velha.
Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa, em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras, já curado não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do Sol.
É uma divindade da terra dura, seca e quente.
É às vezes chamado "o velho", com todo o prestígio e poder que a idade representa no Candomblé.
Está ligado ao Sol, propicia colheitas e ambivalentemente detém a doença e a cura.
Com seu Xaxará (sàsàrà), cetro ritual de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, ele capta das casas e das pessoas, as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.
Com ele expulsa a peste e o mal.
Dança curvado para frente, como que atormentado por dores, coceiras e tremores de febre. Omulu é chamado "médico dos pobres".
Assim é que na Umbanda este Orixá toma a personalidade da caridade na cura das doenças, sendo considerado o "Orixá da Saúde”.
Existe uma grande variedade de tipos de Omulu/Obaluaiê, como acontece praticamente com todos os Orixás.
Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço.
Sua vestimenta é feita de ìko, uma fibra de ráfia extraída da "palha da costa" , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto.
É composta de duas partes o "filá" e o "azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um xokotô, espécie de calça, também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios.
Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte.
CARACTERÍSTICAS
DOMÍNIO- a terra, as epidemias, a morte
O QUE FAZ- castiga com doenças, mas também cura os males
QUEM É- o Médico dos pobres e o Senhor dos cemitérios
ONDE RECEBE OFERENDAS- no cemitério (geralmente no cruzeiro)
PRESENTES PREDILETOS- velas brancas, charutos, suas comidas e bebidas preferidas
COR: Preto e branco
FIO DE CONTAS: Contas e Miçangas Pretas e Brancas leitosas.
ERVAS: Canela de Velho, Guiné, Erva de Bicho, Barba de Milho, Barba de Velho, Cinco Chagas, Fortuna, Hera Plantas: sete sangrias, erva-de-passarinho, quitoco, Zínia, cravo de defunto SÍMBOLO: Cruz ou o brajá de búzios, xaxará (cajado)
PONTOS DA NATUREZA: Cemitério, grutas, praia
INSTRUMENTO: um chocalho
FLORES: Monsenhor branco, rosas, margaridas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, à beira-mar ou à beira de um lago.
ESSÊNCIAS: Cravo e canela, Menta
PEDRAS: Obsidiana, Ônix, Olho-de-gato, turmalina negra
METAL: Chumbo
SAÚDE: Todas as partes do corpo (É o Orixá da Saúde)
PLANETA: Saturno
DIA DA SEMANA: Segunda-feira
ELEMENTO: Terra
CHAKRA: Básico
SAUDAÇÃO: Atôtô , atotô ajoberu, (Significa “Silêncio, Respeito”)
BEBIDA: Água mineral (vinho tinto) vinho de palma e o aluá de Obaluaê ou vinho moscatel, vinho rosé licoroso,
ANIMAIS: Galinha d’angola, caranguejo e peixes de couro, cachorro.
COMIDAS: Feijão preto, carne de porco, Deburú (milho de pipoca estourados na areia da praia, pipoca - as pipocas são as flores de Obaluaiê) Abadô - amendoim pilado e torrado; Latipá (folha de mostarda); e, Ibêrem (bolo de milho envolvido na folha de bananeira), bife acebolado, bolinhos de milho, acaçá, Olubajé, banana da terra, côco fatiado coberto com mel e pipocas
FRUTA: fruta do conde, abacaxi,
NÚMERO: 3, o 21 e o 9,
DATA COMEMORATIVA - SINCRETISMO: 16 de Agosto - São Roque ou 17 de Dezembro -São Lázaro
INCOMPATIBILIDADES: Claridade, sapos
Rogativa a Obaluaiê
Senhor de minhas chagas e de minhas curas
Senhor que abraça a vida e a terra
Orai por mim e por minha alma
Abençoe a mim e à minha vida
Senhor dos mortos e da vida
Senhor dos sonhos e do destino
Demande o tempo sobre meus amigos
Revele a cura de nossas feridas
Senhor dos Senhores Ancestrais
Senhor dos Senhores das lágrimas
Acalmai os que choram, os que sofremos, os que adoecem, os que imploram
Senhor de minha vida, de minha esperança
Senhor que sai da terra e tudo alcança
Tenha piedade de mim
Tenha piedade de nós
Senhor do espelho que não vê
Senhor do oculto e do saber
Senhor dos animais e do amanhecer
Nos conceda a cura para viver
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