CY, DEUSA BRASIL

A Grande Mãe

Sábia e Poderosa, Cy é a Mãe Suprema.

Entrar em contato com a Deusa Cy é estimular a feminilidade e a fertilidade.

O nome Cy, do tupi-guarani, significa mãe.

Para os índios, ela é a Doadora da Vida, Criadora de todas as coisas.

Seu nome está presente em outras Deusas: Nandercy, a Nossa Mãe; Coaracy, a Mãe do Sol; Acy, a Mãe da Lua.

Em Trevas:

Juntamente com Tupan, é um entidade de Arkanun, e foi um dos primeiros seres sobrenaturais a pisar no Brasil.

É uma Deusa de muitas faces, e muito cultuada .
Sua ordem, a Ordem da Grande Mãe, possuía muitas adeptas no passado, e embora o panteão indígena tenha enfraquecido, nas tribos que ainda mantém a tradição, a crença na Deusa é forte.

Caminhos: Terra e Agua.
Cores: Marrom e Branco.
Símbolos: Ovo e Tartaruga.
Talismã: Ovo de Cristal.

IN:Wicca Brasil: Guia de Rituais das Deusas Brasileiras , Mavesper, Cy Ceridwen

O Brasil é o país que concentra o maior número de pessoas a cultuarem uma das manifestações da Grande Mãe, como Iemanjá, a deusa ancestral das águas, Senhora do Mar.
Só perde para a Índia, onde inúmeras deusas são cultuadas até hoje.

Anualmente, às vésperas do Ano Novo e no dia dois de fevereiro, milhões de pessoas levam suas oferendas e orações para as praias brasileiras, ou saem em procissões marítimas ou fluviais, similares às antigas cerimônias egípcias e romanas – Navigium Isidi – dedicadas a Ísis, Deusa Mãe protetora dos viajantes e das embarcações.

Apesar da devoção brasileira a Iemanjá, seu culto não é nativo - ele foi trazido ao Brasil no século XIII pelos escravos da nação ioruba.

Yemojá ou YéYé Omo Ejá, a “Mãe cujos filhos são peixes”, era o orixá dos Egbá, a nação ioruba estabelecida outrora perto do rio Yemojá, no antigo reino de Benin.
Devido a guerras, os Egbá migraram e se instalaram às margens do rio Ogun, de onde o culto a Iemanjá foi trazido pelos escravos para o Brasil, Cuba e Haiti.

Nesses países, Iemanjá passou a ser venerada como a “Rainha do Mar”, orixá das águas salgadas, apesar de sua origem ter sido “o rio que corre para o mar”, sua saudação sendo Odo-Yiá, que significa “Mãe do Rio”.

Analisando os nomes Ya / man / Ya e Ye / Omo / Ejá conforme a “Lei de Pemba” – a grafia sagrada dos orixás, postulada pela Umbanda Esotérica, encontram-se os mesmos vocábulos sagrados que significam “Mãe das águas, Mãe dos filhos da água (peixes) e Mãe Natureza”.

Iemanjá é considerada pela Umbanda Esotérica como uma das sete Vibrações Originais, o princípio gerador receptivo, a matriz dos poderes da água, a representação do eterno e Sagrado Feminino.
Portanto, Iemanjá personifica os atributos lunares e aquáticos da Grande Mãe, de padroeira da fecundidade e da gestação, inspiradora dos sonhos e das visões, protetora e nutridora, mãe primeva que sustenta, acalenta e mitiga o sofrimento dos seus filhos de fé.

No entanto, por mais que Iemanjá seja reconhecida e venerada no Brasil, ela não representa a Mãe Ancestral nativa, que tenha sido cultuada pelas tribos indígenas antes da colonização e da chegada dos escravos.

Infelizmente, muito pouco se sabe a respeito das divindades e dos mitos tupi-guarani.
A cristianização forçada e a proibição pelos jesuítas de qualquer manifestação pagã, destruiu ou deturpou os vestígios de Tuyabaé-cuáa, a antiga tradição indígena, a sabedoria dos velhos payés.

Segundo o escritor umbandista W.W. da Matta e Silva e seus discípulos Rivas Neto e Itaoman, a raça vermelha original tinha alcançado, em uma determinada época distante, um altíssimo patamar evolutivo, expresso em um elaborado sistema religioso e filosófico, preservado na língua-raiz chamada Abanheengá, da qual surgiu Nheengatu, a “lingua boa”, origem dos vocábulos sagrados dos dialetos indígenas.

Com o passar do tempo, a raça vermelha entrou em decadência e, após várias cisões, seus remanescentes se dispersaram em diversas direções.
Deles se originaram os tupi-nambá e os tupi-guarani, que se estabeleceram em vários locais na América do Sul.

As concepções do tronco tupi eram monoteístas, postulando a existência de uma divindade suprema, um divino poder criador (às vezes chamado de Tupã) que se manifestava por intermédio de Guaracy (o Sol) e Yacy (a Lua) que, juntos, geraram Rudá (o Amor) e, por extensão, a humanidade.
O culto a Guaracy era reservado aos homens, que usavam os tembetá, amuletos labiais em forma de T, enquanto as mulheres veneravam Yacy e Muyrakitã, uma deusa das águas, e usavam os amuletos em forma de batráquios e felinos, pendurados no pescoço ou nas orelhas.

Guaracy era a manifestação visível e física do poder criador representado pelo Sol.
Apesar deste astro ser considerado o princípio masculino na visão dualista atual, a análise dos vocábulos nheengatu do seu nome revela sentido diferente.
Guará significa “vivente”, e cy é “mãe”, o que formaria a “Mãe dos seres viventes”, a força vital que anima todas as criaturas da natureza, a luz que cria a vida animal e vegetal.
Também em outras tradições e culturas (japonesa, nórdica, eslava, báltica, australiana e nativa americana), o Sol era considerado uma Deusa, o que nos faz deduzir que, para os tupi, a vida e a luz solar provinham de uma Mãe - Cy - que só mais tarde foi transformada em Pai.

Yacy era a própria Mãe Natureza, seu nome sendo composto de Ya (senhora) e Cy (mãe), a senhora Mãe, fonte de tudo, manifestada nos atributos da Lua, da água, da natureza, das mulheres e das fêmeas.

Cy - ou Ci - representa, portanto, a origem de todas as criaturas, animadas ou não, pois tudo o que existe foi gerado por uma mãe que cuida da sua preservação, do nascimento até a morte. Sem Cy (mãe), não há nem perdura a vida, pois ela é a Mãe Natureza, o principio gerador e nutridor da vida.

Na língua tupi existem váris nomes que especificam as qualidades maternas:
Yacy, a Mãe Lua;
Amanacy, a mãe da chuva;
Aracy, a mãe do dia, a origem dos pássaros;
Iracy, a mãe do mel;
Yara, a mãe da água;
Yacyara, a mãe do luar;
Yaucacy, a mãe do céu;
Acima Ci, a mãe dos peixes;
Ceiuci, a mãe das estrelas;
Amanayara, a senhora da chuva;
Itaycy, mãe do rio da pedra, e tantas outras mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.

As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade - o que também em outras culturas simbolizava sua independência e auto-suficiência.
Em alguns mitos e lendas, as virgens eram fecundadas por energias numinosas em forma de animais (serpente, pássaro, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.

A explicação da omissão, na mitologia indígena, do elemento masculino na criação era o desconhecimento do papel do homem na geração da criança, além do profundo respeito e reverência pelo sangue menstrual que, ao cessar “milagrosamente”, se transformava em um filho.
Somente pela interferência dos colonizadores europeus e pela maciça catequese jesuíta que, na criação do homem, o Pai assumiu um papel preponderante, o Filho tornou-se o segundo na hierarquia, salvador da humanidade - como Jurupary, e à Mãe coube apenas a condição de virgem (como Chiucy).

Porém, apesar do zelo dos missionários para erradicar os vestígios dos cultos nativos da cultura indígena e dos escravos, muitas de suas tradições sobrevivem nas lendas, nos costumes folclóricos, nas práticas da pajelança e encantaria que estão ressurgindo, cada vez mais atuantes, saindo do seu ostracismo secular.

Um outro arquétipo da Mãe Ancestral é descrito no mito amazônico da Boiúna, a Cobra Grande, dona das águas dos rios e dos mistérios da noite.
Apresentada como um monstro terrível que vive escondido nas águas escuras do fundo do rio e ataca as embarcações e pescadores, a Boiúna ou Cobra Maria é, na verdade, a Face Escura da Deusa, a Mãe Terrível, a Ceifadora, que tanto gera a vida no lodo como traz a morte, no eterno ciclo da criação, destruição, decomposição e transformação.

Outro aspecto da Mãe Escura é Caamanha, a “Mãe do Mato”, que protege as florestas e os animais silvestres, e pune, portanto, os desmatamentos, as queimadas e a violência contra a Natureza.
Pouco conhecida, ela foi transformada em dois personagens lendários: Curupira e Caapora. Descritos como seres fantasmagóricos, peludos, com os pés voltados para trás, às vezes com um aspecto feminino, são os guardiões das florestas, que levavam os caçadores e invasores do seu habitat a se perderem nas matas, punindo-os com chicotadas, pesadelos ou até mesmo a morte.

Nas lendas guarani relata-se a aparição da “Mãe do Ouro”, que surge como uma bola de fogo ou manifesta-se nos trovões, raios e ventos, mostrando a direção da mudança do tempo.
Em sua representação antropomórfica, ela torna-se uma linda mulher que reside em uma gruta no rio, rodeada pelos peixes e de onde se estende nos ares como raios luminosos, ou então surge na forma de uma serpente de fogo, punindo os destruidores das pradarias.
Em sua versão original, ela era considerada a guardiã das minas de ouro, que seduzia os homens com seu brilho luminoso, afastando-os das jazidas.
Seu mito confunde-se com o do Boitatá, uma serpente de contornos fluídicos, plasmada em luz com dois imensos olhos, guardando tesouros escondidos, reminiscência dos aspectos punitivos da Mãe Natureza, defendendo e protegendo suas riquezas.
A deturpação cristã do mito punitivo pode ser vista na figura da “Mula sem Cabeça”, metamorfose da concubina de padre, que assombra os viajantes nas noites de sexta-feira (dia dedicado, nas culturas pagãs, às deusas do amor, como Astarte, Afrodite, Vênus, Freyja) e do Teiniágua, lagarto encantado que se transforma em uma linda moça para seduzir os homens, desviando-os dos seus objetivos.

Quanto ao significado esotérico de Muyrakitã, devemos decompor seu nome em vocábulos para compreender sua simbologia feminina:
Mura - mar, água;
Yara - senhora, deusa;
Kitã - flor.

Podemos então interpretá-lo como “A deusa que floriu das águas” ou “A Senhora que nasceu do mar”.
Esta divindade aquática, considerada a filha de Yacy, era reverenciada pelas mulheres que usavam amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muyrakitã.
Esses preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muyrakitã - vetado, portanto, aos homens.
Nas noites de Lua Cheia, as cunhãtay, devidamente preparadas, esperavam que Yacy espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e, então, mergulhavam à procura da argila verde.
A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes magnéticos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões.
Enquanto as cunhãs mergulhavam, as outras mulheres ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos mbaracás (chocalhos).
Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muyrakitã, ela era modelada em discos com formato de animais, sendo deixado um pequeno orifício no centro.
Em seguida, todas as mulheres realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muyrakitã e Yacy sobre os amuletos, até que Guaracy, o Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.

Esses amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul ou cor de azeitona e eram usados no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres.
Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual e que podiam ser utilizados para prever o futuro, nas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Yacy e Muyrakitã.

No nível exotérico, profano, o muiraquitã é conhecido como um talismã zoomorfo, geralmente em forma de sapo, peixe, serpente, tartaruga ou de felinos, talhado em pedra (nefrita, esteatita, jadeíta ou quartzito), bem polido, ao qual se atribuíam poderes mágicos e curativos.
Foram encontrados vários deles na área do baixo Amazonas, entre as bacias dos rios Trombetas e Tapajós, sendo chamados de “pedras verdes das Amazonas”.
Poderia ser uma confirmação do mito das Amazonas ou Ycamiabas, as “mulheres sem homens”, como foram chamadas pelo padre Carvajal, da expedição de Francisco de Orellana, em 1542.
Os relatos míticos as descrevem como mulheres altas, belas, fortes e destemidas, longos cabelos negros, trançados, tez clara, que andavam despidas e utilizavam com maestria o arco e a flecha para guerrear e caçar.
Diz a lenda que elas escolhiam anualmente homens para serem os pais de seus filhos, presenteando-os com muiraquitãs.
Outras fontes afirmam que elas usavam ornamentos de pedras verdes esculpidos em forma de animais como objetos de troca com visitantes ou tribos vizinhas.

Os missionários atribuíam aos índios tapajós a origem dos muiraquitãs, mas eles eram apenas seus portadores, não os fabricantes, exibindo-os como símbolos de poder ou riqueza, ou ainda como compensação na realização de ritos fúnebres, nas cerimônias de casamento ou para selar alianças e acordos de paz entre as tribos.

Ocultos em mitos, lendas e crenças, existem ainda muitos resquícios das antigas tradições e cultos indígenas.
Descartando as sobreposições e distorções cristãs e literárias, poderemos resgatar a riqueza original das diversas e variadas apresentações da criadora ancestral brasileira, Mãe da natureza e de tudo o que existe, que existiu e sempre existirá.
Cabe aos estudiosos e pesquisadores atuais desvendar os tesouros históricos do passado indígena brasileiro, com isenção de ânimo e sem distorções, em uma sincera dedicação e lealdade à verdade original, para oferecer às nossas mentes as provas daquilo que os nossos corações femininos sempre souberam, ou seja, "que a Terra é a nossa Mãe, que nos tempos antigos os seres humanos veneravam e oravam para uma Criadora, que abria os portais da vida e da morte, cujos templos eram a própria Natureza, que somos todos irmãos por sermos seus filhos, interligados por fazermos parte da teia cósmica e telúrica da Sua Criação”.


IN: http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/13
Escrito por Gaia Lil às 17:26 *Insígnias: CY

copiado do blog: http://sagrado-feminino.blogspot.com/2009/12/cy-deusa-brasil.html

RITUAL DA MÃE MUIRAQUITÃ

(Deve ser realizado em noite de Lua Cheia)

A Mãe Muiraquitã é uma deusa lunar, e seus poderes aumentam e diminuem em função das fases da Lua.

Para realização deste ritual prepare seu altar com uma toalha prata ou branca.

Acenda uma vela branca e ponha-a no centro.

Se desejar, tenha um vaso com flores brancas no altar.

Diante da vela, coloque um cálice com água, suco claro ou vinho branco.

Queime um pouco de goma mástica e Artemísia.

Vista branco ou prata. Ponha uma confortável cadeira próxima do altar e sente-se nela.

Se desejar, coloque para tocar uma música instrumental suave e diga:

Amada Mãe Muiraquitã

Oriente-me para as opções corretas

Por todas as noites enluaradas de minha vida

Doce Mãe,

Dê-me a vitória

Guardiã e protetoras das Amazonas,

Dê-me prosperidade,

Conforte-me, Guia-me

Venha a mim nesta hora silenciosa

Fortaleça minha fé

Equilibre minha vida.

Feche os olhos e relaxe o corpo. Inspire e expire por três vezes.

Visualize uma mata fechada, onde irá surgir uma trilha prateada.

Siga por ela e encontará uma clareira, onde encontrará um lago cheio de lírios d'água.

Ao chegar, duas Amazonas irão comprimentá-la e a conduzirão até a borda do lago.

Dirão então, que você deve mergulhar em suas águas.

Não tenha medo, mergulhe fundo e verá um templo redondo com lados abertos e no seu interior, a Mãe Muiraquitã lhe aguarda, sentada.

Ela sorri e a abraça.

-"Irmã", dirá ela, "fico feliz que tenha vindo".

A Mãe Muiraquitã conversará com você sobre seus objetivos espirituais e sobre o que você conseguiu realizar nesta área até aqui.

Ela pode dar sugestões sobre o que poderia lhe ajudar.

Você pode contar-lhe seus problemas e pedir-lhe conselhos.

Após encerrar a conversa, ela lhe apanhará pela mão e a conduzirá para fora do lago.

Um grupo de mulheres Amazonas se aproximam para ficar com vocês.

Uma delas lhe alcançará um pote de barro contendo água.

Ela o levará a seus lábios e você deve beber.

Ele se inclina e apanha um lírio d'água.

Com grande solenidade põe flor no alto de sua cabeça.

Você sentirá a flor penetrar em seu corpo.

Ela dirá que a flor ajudará a realinhar os centros sagrados em seu corpo astral.

Você sentirá o muiraquitã operando sua magia espiritual e se dá conta de um sutil bater de coração ao seu redor.

A Mãe Muiraquitã dirá que este é o ritmo da Lua, uma influência que qualquer humano poderia ouvir e sentir se quisesse.

Uma outra Amazona traz um muiraquitã numa corrente.

A Mãe o coloca em seu pescoço, explicando que você está recebendo o símbolo de sua iniciação Lunar e que agora poderá voltar sempre que desejar.

A Mãe Muiraquitã a beija e mergulha no lago para retornar ao seu templo.

Uma das Amazonas lhe acompanhará pela trilha que a trará de volta.

Agora você deve, bem devagar voltar para o seu corpo físico.

Inspire e expire por três vezes e abra os olhos.

SEJA BEM-VINDA!


Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto (copiado do site: www.rosanevolpatto.trd.br)


Muiraquitã, o talismã das Amazonas

Pleno de exotismo e mistério, o artefato encontrado na região paraense do Baixo Amazonas, em especial nas proximidades de Óbidos e nas praias dos rios Nhamundá e Tapajós, é atribuído às Icamiabas, lendária tribo das Amazonas, mulheres guerreiras que
viviam sem marido.

A Lenda do Muiraquitã (amuleto confeccionado em jadeíte, nefrite, ordósia, diorite, estratite ou pedra-cristal), mais de que qualquer outra da região amazônica, se destaca pelo fascínio, pelo mistério e pela controvérsia que envolvem o mineral do qual é comumente feito (jade) e a versão principal de sua origem (da legendária tribo das Amazonas), evocando questionamentos entre arqueólogos, historiadores e colecionadores.
O artefato possui formas variadas: cilíndricas, antropomórficas e zoomórficas, sendo os mais afamados os de cor verde (jade) e de forma batraquiana (sapo).
Mas o Muiraquitã também pode ser encontrado em cores de azeitona, leitosa ou escura, dependendo do material empregado em sua confecção, todos com atributos mágicos e terapêuticos, atraindo sorte a seus detentores e curando doenças pelo uso do talismã.
A fama e o exotismo do amuleto o tornaram cobiçados desde os primórdios da colonização da Amazônia, nos séculos XVII e XVIII, quando foram encontrados pela primeira vez nas proximidades dos rios Nhamundá e Tapajós.
Poucos são os exemplares que podem ser apreciados atualmente, principalmente em sua região originária. Eles estão espalhados pelos principais museus do mundo e em coleções particulares, mas o Museu de Santarém exibe mostra do raro artefato, além de réplicas feitas em cerâmica e outros materiais.
A cidade também cuidou de cultivar o talismã na bela arte joalheira ali desenvolvida pelo artesão João Sena, cujo modelo original foi confeccionado pelo artista plástico local Laurimar Leal.

A Lenda

Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua retirados do fundo de um imaginário lago denominado Espelho da Lua, Iaci-uaruá, na proximidade das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam as índias Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus chamaram de Amazonas (mulheres sem marido).
O lago era consagrado à Lua, pelas Icamiabas, onde anualmente realizavam a Festa de Iaci, divindade mãe do Muiraquitã, que lhe oferecia o precioso amuleto retirado do leito lacustre.
A festa durava vários dias, durante os quais as mulheres recebiam índios da aldeia dos Guacaris, tribo mais próxima das Icamiabas, com os quais mantinham relações sexuais e procriavam.
A lenda também diz que, se dessa união nascessem filhos masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo feminino.
Depois do acasalamento, pouco antes da meia-noite, com as águas serenas e a Lua refletida no lago, as índias nele mergulhavam até o fundo para receber de Iaci os preciosos talismãs, com a configuração que desejavam, recebendo-os ainda moles, petrificando-se em contato com o ar, logo após saírem d’água.
Então os presenteavam aos Guacaris com os quais se acasalavam, o que os faria serem bem recebidos onde os exibissem, além de dotar outros poderes mágicos ao amuleto.


copiado de www.abrasoffa.org.br/folclore/lendas

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