Carnaval e suas origens pagãs

Dez mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita...

copiado de http://www.sitedecuriosidades.com/ver/origem_do_carnaval.html


O carnaval, para surpresa de muitos, é um fenômeno social anterior a era cristã.
Essa data que é uma tradição vivenciada em vários países, na antiguidade, também era uma prática em várias civilizações.
No Egito, na Grécia e em Roma, pessoas de diversas classes sociais se reuniam em praça pública com máscaras e enfeites para desfilarem, beberem vinho, dançarem, cantarem e se entregarem as mais diversas libertinagens.

A diferença entre o Carnaval da antiguidade para o moderno é que anteriormente as pessoas participavam das festas conscientes de que estavam adorando aos deuses.

O Carnaval era uma prática religiosa ligada à fertilidade do solo.
Era uma espécie de culto agrário onde os foliões comemoravam a boa colheita,o retorno da primavera e um pedido à benevolência dos deuses.


No Egito, os rituais eram oferecidos ao deus Osíris, por ocasião do recuo das águas do rio Nilo.
Celebrava-se também a deusa Ísis (deusa da Fertilidade)
considerada a deusa mãe, divindade que simbolizava a castidade, sempre representada com enormes asas que forneciam a proteção necessária na travessia para o mundo de além-túmulo.
A festa para esta deusa acontecia na primavera e contava com muitos seguidores.
A população tomava as ruas para participar ou apenas para assistir a procissão dedicada à Ísis. As pessoas disfarçadas assumiam papéis como o de um gladiador ou o do sexo oposto e caminhando com sacerdotes e músicos, se dirigiam a praia para lançar ao mar uma espécie de protótipo de navio com rodas fazendo a oferenda para pedir proteção também para os navegadores.


No final do inverno, para que os deuses trouxesem uma boa primavera, realizava-se a festa ao Touro Apis - animal sagrado.
Se formava uma extensa procissão cujo protagonista era escolhido o boi branco mais belo que com os chifres pintados e decorados com fitas coloridas e coberto com tecidos caros passeava pela cidade com uma criança montada sobre ele e rodeado por mascarados.
O boi era conduzido pelas ruas em procissão, onde sacerdotes, magistrados, homens, mulheres e crianças fantasiadas grotescamente, iam atrás dele dançando, cantando, em promiscuidade até seu afogamentono Rio Nilo.


Essas duas cerimônias do povo do Nilo envolviam alegria, inversão de papéis e crença na prosperidade.


Outro exemplo de celebração agrária é citado por Hiram Araújo, em “Na Babilônia, as Sáceas, festas que duravam cinco dias eram marcadas pela licença sexual e pela inversão dos papéis entre servos e senhores, e pela eleição de um escravo rei, que era sacrificado no final da celebração” (Idem, 2003:03).
Nesse período festivo da Babilônia a sociedade fazia um interessante escambo de valores que desaparecia ao final: os escravos exibiam a postura de seus donos inclusive dando ordens aos mesmos, e um dos prisioneiros era escolhido para substituir o rei.
No trono real poderia desfrutar de todas as mordomias e também lhe era permitido dormir com as esposas do todo poderoso.

No entanto, a realeza durava pouco e chegava o dia em que o rei capturado durante a sacéia retornava a o seu papel original, sofrendo humilhações e o castigo da morte.
Parece que o fim trágico do aspirante a nobre traz de volta a civilização estratificada; a conduta a ser seguida para achar-se em sociedade.

Na Grécia, homenageava-se o deus Dionísio, que correspondia ao deus Romano Baco, caracterizado como a divindade do vinho, da fertilidade, representado por heras e pinheiros, às vezes pela figura de bode.
Era o deus símbolo da vida dissoluta, do desr egramento, das algazarras, das orgias e até da violência.
A imagem do deus era levada em embarcações com rodas por pessoas mascaradas e com a presença de um touro destinado ao sacrifício.
A procissão chegava ao fim num templo sagrado onde ocorria a união do deus com a polis (o povo) num desejo único de fecundação.
O festejo Dionisíaco ganhou peculiaridades que permitiram a categorização em: celebrações Dionisíacas Rurais, as Lenéias e as Dionisíacas Urbanas. Elas se estendiam de Dezembro a março e guardavam em comum o transbordamento de alegria, as máscaras, os pedidos de fertilidade e de proteção.


copiado de http://www.uva.br/

As pinturas de certos vasos gregos apresentam figuras mascaradas a desfilar em procissão ao som de música as pompas do culto do deus Dionísio, com suas fantasias e alegorias. Análogas festividades eram ocasionadas pela entrada de novo ano civil (mês de janeiro) ou pela aproximação da primavera e a conseqüente despedida do inverno.
Elementos da religiosidade pagã e da mitologia costumavam inspirar essas celebrações; em geral os povos não-cristãos intencionavam, com seus ritos exuberantes, expiar as faltas cometidas no inverno ou no ano anterior e pedir aos seres superiores a fecundidade da terra e a prosperidade para a primavera e o novo ano. -

Retirado do site: http://www.cleofas.com.br/


Em Roma, várias entidades mitológicas eram adoradas, desde Júpiter, deus da orgia, até Saturno e Baco.

As Saturnálias Romanas

Saturno, deus da agricultura dos antigos romanos, identificado como CRONOS pelos gregos, pregava a igualdade entre os homens e foi quem ensinou a arte da agricultura aos italianos.

Também expulso do Olimpo, Saturno chegava com os primeiros sopros do calor da Primavera e era saudado com festas e um período de liberação das convenções sociais.
Durante as Saturnálias os escravos tomavam os lugares dos senhores.
Não funcionavam os tribunais e as escolas.
Os escravos saiam às ruas para comemorar a liberdade e a igualdade entre os h omens, cantando e se divertindo em grande desordem.

as LUPERCÁLIAS, festas celebradas em 15 de fevereiro, em homenagem ao deus Pã que matou a loba que aleitara os irmão Rômulo e Remo, fundadores de Roma.
Os Lupercos, sacerdotes de Pã, saiam nús dos templos, banhados em sangue de cabra e depois lavados com leite e cobertos por uma capa de bode perseguiam as pessoas pel as ruas, batendo-lhes com uma correia.
As virgens quando atingidas acreditavam se tornarem férteis e as grávidas, se tocadas, conseguiam livrar-se das dores do parto.

trecho copiado do site: http://liesa.globo.com/por/08-historiadocarnaval/historiadocarnaval-capitulo2/historiadocarnaval-capitulo2_principal.htm.

As bacchantes, sacerdotisas que celebravam os mistérios do culto a Dioniso, nesse tempo mais conhecido como Baco (é com o nome de Baco que Dioniso entrou em Roma, daí alguns estudiosos afirmarem a origem italiana da palavra), nessas celebrações públicas, ao invadirem as ruas de Roma, dançando, soltando gritos estridentes e atraindo adeptos em número crescente, causavam tantas desordens e escândalos que o Senado Romano proibiu as Bacanais, em 186 a.C...

Na Roma antiga, o mais belo soldado era designado para representar o deus Momo no Carnaval, ocasião em que era coroado rei.
Durante os três dias da festividade, o soldado era tratado como a mais alta autoridade local, sendo o anfitrião de toda a orgia.
Encerrada as comemorações, o “Rei Momo” era sacrificado no altar de Saturno.


Posteriormente, passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade, para servir de símbolo da fartura, do excesso e da extravagância.


Com a supremacia do cristianismo a partir do século IV de nossa era, várias tradições pagãs foram combatidas.

No entanto, a adesão em massa de não-convertidos ao cristianismo, dificultou a repressão completa.
Desse modo, a Igreja foi forçada a consentir com a prática de certos costumes pagãos, muitos dos quais, cristianizados para que se evitasse maiores transtornos.


O carnaval acabou sendo “permitido”, o que serviu como “válvula de escape”, diante das exigências que eram impostas ao povo da era medieval no período da Quaresma.
Na Quaresma, todos os cristãos eram convocados a penitências e à abstinência de carne por 40 dias, da quarta-feira de cinza até as vésperas da Páscoa.
Para compensar esse período de suplício, a Igreja fez “vistas grossas” às três noites de Carnaval.


Na ocasião, os medievos aproveitavam para se esbaldar em comidas, festas, bebidas e prostituições, como na antiguidade pré-cristã.

Na Idade Média, o Carnaval passou a ser chamado de “Festa dos Loucos”, pois o folião perdia completamente sua identidade cristã e se apegava aos costumes pagãos.
Na “Festa dos Loucos”, tudo passava a ser permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos.
Disfarçados com fantasias que preservavam o anonimato, os “cristãos não-convertidos” se entregavam a várias licenciosidades, que eram, geralmente, associadas à veneração aos deuses pagãos.

Era um período em que a vida das pessoas tornava-se visivelmente ambígua, pois a vida oficial – religiosa, cristã, casta, disciplinada, reservada, etc. – amalgamava-se com a vida não-oficial – a pagã e libertina.

O sagrado que regulamentava a vida das pessoas era profanado e as pessoas passavam a ver o mundo numa perspectiva carnavalesca, ou seja, liberada dos medos e das pressões religiosas.

Com a chegada da Idade Moderna, a “Festa dos Loucos” se espalhou pelo mundo afora, chegando ao Brasil, ao que tudo indica, no início do século XVII.


Trazido pelos portugueses, o ENTRUDO – nome dado ao Carnaval no Brasil – se transformaria na maior manifestação popular do mundo e por tabela, numa das maiores adorações aos deuses pagãos do planeta.

Quem disse que o Paganismo não existe mais?


Fonte: Mídia Independente, livro “O Carnaval




O momento mais forte são os 3 dias que precedem a quaresma (quarenta dias antes da Páscoa) que inicia na 4º feira de cinzas.
Nesse momento o povo se vale da etimologia da palavra, carnevale, que pode significar que a carne vale naquele momento, ou seja, não precisa se abster da carne pois a quaresma começa na 4º feira de cinzas aí sim se deve abster da carne e dos prazeres da carne durante o período que antecede à Páscoa.


No Verbete “Carnaval” na Enciclopédia Barsa se lê:


A origem do carnaval é atribuída à sobrevivência e evolução do culto de Ísis no Egito, das bacanais, lupercais e saturnais romanas, das festas em homenagem a Dioniso, na Grécia, e até mesmo das festas dos inocentes e dos doidos, na Idade Média.
Por sucessivos processos de deformação e abrandamento, essas festas teriam dado origem aos Carnavais dos tempos modernos, como os que se rea lizam em Nice, Paris, Roma, Veneza, Nápoles, Florença, Munique e Colônia.
Independentemente de sua origem, é certo que o Carnaval já existia na antiguidade clássica e até mesmo na pré-clássica, com danças ruidosas, máscaras e a licenciosidade que se conservam até a época contemporânea.
(Enciclopédia Barsa)


Não se sabe ao certo qual a origem da palavra Carnaval.
Na opinião de Antenor Nascentes, se aplicava originariamente à terça-feira gorda, a partir de quando a Igreja Católica proibia o consumo de carne.
Outros etimólogos propõem como origem o baixo latim carnelevamen, modificado mais tarde em carne, vale! que significa “adeus, carne!”
Carnelevamen pode ser interpretado como carnis levamen, “prazer da carne”, antes das tristezas e continências que marcam o período da Quaresma.


copiado de http://www.benitopepe.com.br/tag/paganismo/


Entendendo a escolha da data, que varia de ano para ano:

A data do Carnaval é calculada tendo como referência o domingo de Páscoa, que acontece sempre no primeiro domingo após o 14º dia da lua nova que antecede o Equinócio de Primavera no hemisfério norte, que por sua vez, ocorre entre os dias 21 e 22 de março.

Assim, a data do Carnaval é fixada no 7º domingo, anterior ao Domíngo de Páscoa!!!

OBS pagã:

Equinócio da Primavera = celebração do Sabat de Ostara

É a celebração (sabbat) da Primavera e o re-despertar de fertilidade que celebra o nascimento da vida na Terra.
É, essencialmente, um festival solar.



Feliz Carnaval a todos!!

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