Mabon - A Segunda Colheita
Primeiro dia do outono (Equinócio do Outono).
Em 2009, no Hemisfério Sul, ocorre no dia 20/Mar às 08h44min (Horário de Brasília).
Mabom é o segundo dos três Sabbats da colheita.
A Deusa está agora fortemente impregnada pela energia do Sol, que a cada dia parte mais rápido para o País do Verão.
Conforme o poder dele diminui, a Deusa lamenta sua partida, mas Ela sabe que o
poder do Deus retornará à Terra em Yule.
A Deusa e o Deus são honrados através de novas oferendas da segunda colheita.
É o momento de agradecer pelas abundantes colheitas e o maravilhoso ano de aprendizado e lições oferecidas.
Nesse momento dia e noite são iguais.
É um tempo de equilíbrio e balanço, mas as sombras começam a dominar a luz.
Isso está associado com o interior do chifre, um dos símbolos desse Sabbat, e a contemplação da colheita.
Nesse Sabbat a Deusa lamenta o seu consorte que está partindo para Outro Mundo, mas a mensagem de renascimento pode ser encontrada em cada semente colhida, que é o próprio Deus que se sacrifica para alimentar seu povo.
É um tempo positivo para caminhar nas florestas, colher plantas e ervas mágicas para serem usadas no Altar.
Pão de milho e cidra são bons elementos para fazer parte dos rituais e folhas de outono são ótima decoração para o Altar.
Os Druidas honravam o salgueiro nesse Sabbat, a árvore associada à Deusa e à morte, e cortavam seus bastões do salgueiro somente após Mabon.
A Deusa está entrando em seu aspecto de Anciã; entretanto, seu aspecto de Virgem está impregnado nas sementes do Deus.
Muitas festas que celebram a colheita ocorrem em países rurais; o Dia da Ação de Graças é um deles.
As plantas, árvores, flores e ervas que estão associadas com Mabon são: a aveleira, o milho, o álamo, bolotas, galhos de carvalho, folhas de outono, ramos de trigo, cones de cipreste, cones de pinheiro.
Mabon é um período positivo para honrar os Ancestrais e o Espírito da Terra.
Os Deuses associados com Mabon são todos aqueles relacionados ao vinho e às colheitas.
É dada muita ênfase à Deusa em seu aspecto de Mãe e muitas vezes Modron (a mãe de Mabon) é honrada.
Nesse período da Roda do Ano, duas lendas mitológicas são apropriadas: Mabon e Modron (celta) e a história de Perséfone (grega).
Mabon é um antigo Deus celta que simboliza os princípios masculinos da fertilidade.
É o nome galês do Deus da mocidade, a Divina Criança, que os Druidas acreditavam estar dentro de todos nós.
Ele é uma criança do Outro Mundo, nascida de pais terrestres, que desapareceu em sua terceira noite de vida.
Mabon ap Modron significa “Filho da Grande Mãe”.
No Equinócio de Outono, marca-se o tempo de sua mudança.
Nesse momento Mabon desaparece, com apenas três noites de nascimento.
Ele vai morar novamente no mundo mágico de Modron, o seu ventre.
Esse é um lugar nutridor e encantado, mas ao mesmo tempo de desafios.
É um lugar de poder e renovação para que Mabon possa nascer através de sua mãe como campeão, o filho da Luz.
Esse Sabbat simboliza a luz de Mabon entrando na Terra (ventre da Deusa), recarregando-se para tornar-se uma nova semente.
Seu desaparecimento é um mistério, mas Mabon é eventualmente resgatado, no Solstício de Inverno, graças ao conhecimento de alguns animais: o pássaro negro, o veado, a coruja, o bisão e o salmão.
Essa é a essência do Sabbat Mabon: o rejuvenescimento para uma colheita farta, agradecendo aos Deuses pelas dádivas concedidas durante o ano e o conhecimento da necessidade do balanceamento entre a luz e as sombras.
O Equinócio de Outono é o momento em que dia e noite têm igual duração; logo depois dele a escuridão dominará com a chegada do Inverno.
Enquanto o Equinócio de Primavera, outro momento de equilíbrio na Roda, representa iniciação e preparação para ação, o Equinócio de Outono é tempo de parada do trabalho.
A colheita foi bem-sucedida, mas o Sol ainda está conosco.
Esse Sabbat é simbolizado pelo espiral duplo, um vai e outro que retorna, para nos lembrar que começamos a jornada pelo ponto mais escuro do ano e que a morte sempre é seguida pelo renascimento, da mesma maneira que o Inverno sempre é seguido pelo Verão.
Os temas desse Sabbat são equilíbrio e ação de graças. É tempo de dar graças pelos frutos colhidos, e a Deusa é a Senhora de Abundancia cuja colheita nos sustentará pelos meses escuros do Inverno, assim como refletir sobre nós mesmos, sobre o equilíbrio da escuridão e da luz e se esforçar para manter o equilíbrio interno.
Também é hora de meditar sobre os projetos, a escolha das “sementes” (nossos sonhos) que serão plantadas no próximo ano, além de agradecer pelas realizações do ano que passou.
Agora, entretanto, temos de deixar que coisas não mais significativas possam ir embora de nossa vida, pois isso é o que nos oculta e impede de alcançar aquilo que queremos, e observar que cada coisa tem seu tempo e sua estação e o Inverno se aproxima.
Esse Sabbat é tido como o tempo de equilíbrio, gratidão e agradecimento, porque também é a segunda e maior colheita do ano.
Mabon marca o começo do Outono e a morte do Deus que está por vir.
A partir de Mabon, o Deus Sol começa a diminuir diariamente.
Ele está envelhecendo e morrendo lentamente, como as plantas colhidas da Terra.
Ele doou todo o seu poder aos seres humanos através das colheitas.
Os sacrifícios de Lammas tiveram êxito e a generosidade veio.
As plantas estão começando a morrer e a lançar suas folhas ao chão.
Os animais estão preparando seu habitats para o frio esperado.
O tema de colheita de Mabon não pode ser negado.
Pelas bênçãos que recebemos é natural usar esse tempo de ano para mostrar nossa gratidão.
Um banquete de abundância em honra ao Deus é tradicional.
A mesa é coberta com legumes, carnes deliciosas e aves, tortas e bolos e outras delícias.
Com um gesto ritual, é tradicional a passagem do Cálice da Gratidão nesse banquete.
Um Cálice repleto de vinho é abençoado e passado a cada integrante da mesa.
Conforme o Cálice passa, as pessoas vão fazendo seus agradecimentos.
Quando tiverem agradecido por todas as bênçãos, eles bebem e passam o Cálice adiante.
Isso continua até a Taça esvaziar, bebendo em amor, bênçãos e gratidão a tudo.
Considerando que esse é um dos dois dias de equilíbrio no ano, juntamente com Ostara, é tradicional limpar a casa.
É nesse momento que você começa a obstruir toda desordem ao redor de seu lar.
As portas da casa são abençoadas para protegerem aqueles que vivem dentro dela.
Magicamente falando, esse é um bom tempo para executar sortilégios ao redor da idéia de balanceamento da vida, de remover as culpas e substituir por carinho e aceitação.
Correspondências de Mabon
Cores: marrom, verde, amarelo, vermelho.
Nomes alternativos: Equinócio de Outono, Encontro do Inverno, Winter Finding, Alban Elfed, Colheita do Vinho, Cornucópia, Festa de Avalon, Segunda Colheita.
Deuses: do vinho e colheita.
Ervas: alecrim, calêndula, sálvia, noz, folhas e cascas, visco, açafrão, camomila, folhas de amêndoa, frankincenso, rosa, agridoce, girassol, trigo, folhas de carvalho, maçã seca ou sementes de maçã.
Pedras: âmbar, peridoto, diamante, ouro, citrino, topázio amarelo, olho-de-gato, aventurina.
Atividades:
· Fazer uma cornucópia da prosperidade.
· Fazer bonecas mágicas de maçã.
· Andar pelos campos para agradecer a generosidade da Deusa.
· Fazer grinaldas e oferecer à Natureza como sinal de agradecimento.
· Fazer vassouras mágicas.
· Fazer amuletos.
· Confeccionar uma Rainha da colheita (kern baby).
· Encher uma tigela com frutas e folhas e oferecer aos Deuses.
· Encher uma cesta com cones de pinheiros, folhas secas coloridas, trigo, bolotas e ramos de pinheiro e deixar na sua porta de entrada para atrair boa sorte.
· Colocar espigas de milho na sua porta de entrada.
Comidas e Bebidas Sagradas: abóboras, todos os tipos de grãos, pães, bolos, todos os tipos de raízes, batatas, nozes, sidra com canela, vinho.
Bonecas Mágicas
Para fazer as bonecas mágicas você vai precisar de:
· Duas maçãs grandes, uma para Mabon e uma para Modron;
· Dois lápis;
· Dois palitos de churrasco;
· Uma faca;
· Um prato.
Descasque as maçãs.
Talhe uma face em cada uma das maçãs.
Finque as maçãs nos palitos de churrasco e deixe-as em pé para secarem em algum lugar seguro.
Faça então bonecas com elas usando trigo e ervas secas para os cabelos.
Vista-as com batas feitas de pano.
Enquanto faz as bonecas, peça à Deusa que elas sejam carregadas com luz e poder.
Na sua celebração de Mabon, consagre-as em seu ritual, pedindo que elas possam servir de protetoras para o seu lar e que tragam sorte para você e sua família.
Pendure-as numa corda ou grinalda de Mabon e coloque-as em algum lugar proeminente em sua casa.
As maçãs são sagrados símbolos da Bruxaria.
Nossa terra santa, Avalon, significa Terra da maçã ou Ilha das maçãs. Fatie uma maçã ao meio e verá que suas sementes revelam a forma sagrada do Pentagrama, o símbolo da Bruxaria.
Fazendo uma Rainha da Colheita (kern baby)
A Rainha da Colheita, ou Kern Baby, era feita do último feixe da colheita e construída pelos ceifeiros enquanto proclamavam: “Nós temos a Kern!”
Na Escócia era chamada de a “Virgem do Último Feixe da Colheita” e era cortada pela garota mais jovem da aldeia.
Fazer uma Rainha da Colheita é uma das práticas de Mabon.
Para isso você vai precisar de:
· Ramos de trigo;
· Fitas multicoloridas;
· Um pedaço de pano branco;
· Um bastão;
· Barbante;
Pegue os ramos de trigo e divida-o em três partes.
A primeira parte será a cabeça e as outras duas serão os braços do boneco.
Para isso cruze duas partes dos ramos de trigo, em posições opostas, amarrando a parte separada na posição vertical, formando uma cruz.
Amarre com o barbante para que fiquem firmes e não se soltem.
Com o pano branco faça uma bata e vista o seu boneco de feixe.
Decore a bata branca com as fitas coloridas, elas representam a Primavera, o outro ponto de equilíbrio existente na Roda do Ano que chegará nos próximos seis meses vindouros.
Pendure sua Rainha da Colheita no bastão, que é o símbolo fálico da fertilidade.
Então, na sua cerimônia de Mabon, coloque-a sobre o seu Altar, pedindo que ela se torne um símbolo de abundância e fartura.
Depois, pendure-a acima da porta de entrada de sua casa.
Cornucópia da Abundância
O Chifre tradicional da Abundância, ou Cornucópia, é um símbolo de generosidade, boa colheita e tem implicações mágicas bem-definidas.
O próprio chifre é um símbolo fálico, representante do Deus.
O interior do chifre simboliza o útero, especialmente quando está cheio de generosidade da terra fértil, e representa a Deusa.
Como Mabon é a Ação de Graças das Bruxas, é muito apropriado utilizar esse símbolo para nossos altares ou mesas.
Faça ou compre uma cornucópia.
Encha o chifre de frutas, flores, grãos e moedas, de forma que eles sejam derramados sobre o Altar. Some outras coisas mágicas, como folhas de carvalhos ou bolotas, avelãs ou cartas de Tarô.
Bebida Mágica de Mabon
A bebida mágica de Mabon consiste de:
· Sidra de maçã quente;
· Canela;
· Pequenas rodelas de maçã.
Essa bebida sagrada tem um significado profundo.
A maçã rege o coração, a sidra representa o eu, por si só já é uma poção de amor.
Mas quando misturada com canela, que é governada pelo Sol, representa a essência solar e, ao ingerirmos esta bebida, é como se estivéssemos ingerindo a própria luz do Sol.
Ritual de Mabon
Material necessário:
· Grãos de todos os tipos;
· Caldeirão;
· Folhas secas;
· 13 fitas de cores diferentes;
· um galho de madeira;
· três velas marrons;
· cálice com vinho.
Procedimento:
Faça um triângulo com o vértice para cima usando as velas marrons e coloque o seu Caldeirão no meio dele.
Trace o Círculo e diga:
A Roda do Ano mais uma vez gira.
Este é o Sabbat da Segunda colheita.
A Senhora da Abundância e o Deus da fatura abençoam o mundo com os seus grãos.
Abençoada seja a Fartura da Terra!
Acenda as velas.
Pegue as fitas e amarre-as em uma das extremidades do galho.
A cada fita amarrada, faça um desejo.
Quando tiver amarrado todas as fitas, eleve o galho dizendo:
Hoje, luz e escuridão são iguais.
A partir de agora o Deus retornará ao ventre da Mãe.
Esta é a Dança eterna da vida e da morte.
Que a Roda gire mais uma vez e que a Senhora e o Senhor abençoem o mundo.
Coloque o galho no Caldeirão. Espalhe os grãos e folhas pelo seu altar enquanto diz:
Pedimos que a Deusa e o Deus cuidem da Terra com sabedoria e bondade para que as colheitas prossigam com pão e vida para todos.
Damos graças aos Deuses pela abundância.
Que a Deusa nos guie pelos dias escuros, até que a Criança da Promessa renasça para trazer alegria e felicidade.
Eleve o cálice e diga:
Bebo este vinho em homenagem à Senhora da Abundância e ao Deus da Colheita que segue cada vez mais rápido ao País do Verão. Abençoados sejam!
Cante e dance em homenagem aos Deuses.
Destrace o Círculo.
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